terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Sobrevivi ao primeiro mês

 Perde-se a noção do tempo, não se sabe se o dia já começou ou acabou, se faz sol ou se faz chuva. Para mim os dias só começam, nunca acabam, ela mama de três em três horas ao longo das 24h, quando ela finalmente dorme, tenho eu medo de adormecer, afinal se ela se engasga e eu não ouço?! Claro que depressa percebi que por mais cansada que esteja ao mais leve suspiro dela, acordo. Porque dormir verdadeiramente ainda não consegui, no máximo fecho os olhos e sonho com ela!
No final do primeiro mês senti-me melhor, mais confiante, mais forte, as coisas começaram a ganhar a sua rotina natural.
As coisas não melhoram mas habituamo-nos!

A chegada a casa… a primeira semana

Tinha a sensação de ter saído do hospital mais debilitada em termos físicos do que quando entrei, para além do aspeto miserável, estava mais inchada que um pneu em vésperas de férias.
Queria fazer tudo sozinha, tive medo que duvidassem que não conseguiria fazer, principalmente tudo que dissesse respeito à Margarida. E se da minha mãe eu ouvia e podia discordar, das outras pessoas ouvia, engolia e ficava com uma “azia”! As frases “ela já comeu?”, “a que horas come?” Até podem e seriam certamente com o intuito de ajudar, mas naquela altura, em que tudo está a flor da pele, sem quase conseguir-me mexer e com poucas horas de sono, me soava tudo a “não sabes cuidar dela, não és capaz de fazer sozinha, é melhor eu vir ajudar…”
Depois percebi que já não tinha aquele botãozinho mágico da maternidade onde há primeira dúvida ou necessidade vinha logo um corpo de intervenção de enfermeiros para cuidar de mim e do meu bebe. E que falta faz!!!