A ideia da partilha nunca me tinha assustado tanto, percebi que ia custar muito mais do que alguma vez tinha pensado. Claro que me descansa o facto de saber que ficas bem, que os teus avós cuidam bem de ti, que estás em segurança, rodeada de mimos e de muito amor.
Mas de um momento para o outro deixei de partilhar todas as horas do meu dia contigo, e há mais de um ano que partilhamos tudo, que vivemos juntas que comunicamos constantemente sem pausas nem interrupções, primeiro na minha barriga durante nove meses e depois quando nasceste durante estes últimos inesquecíveis 4 meses em que partilhámos todas as horas do dia, acompanhei cada sorriso, cada choro, cada soneca!
Mas o meu ego veio ao de cima… e um turbilhão de pensamentos irracionais e tolos assombraram-me nestes últimos dias, a sensação de ter de te “partilhar”, a ideia de poderes gostares mais de outra pessoa do que de mim, a ideia de poder perder o papel principal na tua vida, de já não passares a maior parte do tempo comigo, de não assistir a todos os teus sorrisos, nem mudar todas as tuas fraldas!