quinta-feira, 23 de abril de 2015

As nossas manhãs!

Mamã acorda mais cedo que o resto do clã, preparo tudo e depois vou acordar a Margarida. Pego-lhe ao colo, ela de olhinhos fechados (a fingir que dorme), hora dos beijinhos. Em troca recebo sorrisos e olhos ainda fechados, faço-lhe cocegas, ela sorri e lá os vai abrindo aos poucos. Aproveito para tentar vesti-la, ficando cada vez mais acordada sempre que lhe falo no pequeno-almoço, balbuciando um ainda dorminhoco mas já entusiasmado ”atum, atum” (Nestum). Por vezes, não corre tão bem e começa logo com um “não queo (v)estir” ou porque não quer tirar o pijama, ou apenas porque não quer…  miudinha chora, mãe chateia-se e quase a esgotar todos os argumentos, insisto “a mãe está vestida não está, na rua todos andam vestidos não andam, já viste alguém nu, na rua? “Ao que ela numa frase desmonta todas as minhas teorias: “Si, o cão!” Quando as coisas estão mais complicadas, o pai intervém… ainda com espuma de barbear na cara…ao que miudinha com ar critico aponta para a cara do pai “(s)ujo papá, (b)anhinho!”
Ultrapassada esta parte vem a segunda mais difícil, conseguir sair de casa! Já prontos chamamos a miudinha, ela responde-nos do quarto “si, si”, enquanto calmamente continua a desenhar na sua mesinha! Outras vezes vem de imediato a correr, mas não vem sozinha.. Consigo trás: um estetoscópio nas orelhas, um saquinho com as suas tralhas, o bebé ao colo e ainda uma malinha ao pescoço… ao mesmo tempo tranquiliza-nos “tou ponta”! Quando finalmente estamos os três prontos, chave na porta… miudinha tem o chamamento fisiológico, “cocó mamã, nita” e nem dá tempo de responder (um não muito pedagógico, mas muito prático “faz na fralda, estamos atrasados”), porque miudinha desata a correr direta à casa de banho e temos de ser rápidos… antes que tire a fralda e o chamamento fisiológico seja mais rápido que toda a família… Depois é a espera… mamã sentada no bidé, papá encostado à porta e um “já está?” de minuto a minuto, ao que ela retribui com um calmo e sorridente nhão! …
E são assim as nossas manhãs, se podiam ser diferentes? Podiam, mas não era a mesma coisa!
 

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